Descobri uma maneira diferente de viver, pelo menos agora posso completar meus pensamentos, que aliás são minha maior companhia nos ultimos dias, quase um conforto pros momentos vazios, o ultimo deles foi "talvez sair me faça bem". Era o que eu tinha pensado, talvez tenha feito, não sei, o que sei é que o tempo passou muito devagar, os minutos duraram horas... dias.
Rostos dançavam na minha frente, alguns sorriam, outros pensavam, bravos, ternos, sofridos ou cansados, mas estavam lá vivendo suas vidas. Porém passavam como se eu não estivesse ali, muitas vezes até acredito que não estive, pois nenhuma palavra saiu da minha boca durante muito tempo.
Eu era uma estranha
Definitivamente eu era uma estranha.
E ainda não sei o que procurava em cada olhar, em cada rosto.
Mas sei o que vi, vi o tempo passar como uma eternidade, vi coisas sem sentido, mãos atadas e abraços de despedidas, um andarilho compartinhando uma maçã, vi roupas de todos tipos, vestidos longos ou curtos demais. E o mais especial, eu ouvi histórias, de paixões, engraçadas, tristes, muitas vezes somente uma fração delas mas eram histórias que revelavam vidas, algumas carregavam um fardo pesado demais outras tão despreocupadas que quase encantavam.
Não sei por quanto tempo permaneci lá, observando, mas notei que se aprende muito, que é possível enxergar além dos olhares flutuantes...quase um encontro com a alma de alguém, bem como ler nas entrelinhas de um poema.
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